Se você se aproxima da década de cinqüenta, e descobre que a menstruação não tem mais a mesma periodicidade, já percebeu mudanças mesmo as mais sutis no seu corpo, já consegue compreender que não adianta resistir ao inevitável.
É interessante lembrar que as armas que dispomos não são os meros vidrinhos de remédios e cosméticos ou visitas freqüentes ao cabeleireiro, buscando assim a falsa magia do rejuvenescimento; muitas das vezes a mulher já estando aposentada do trabalho ou da condição de educadora no lar, poderá se sentir só criando assim a fantasia de abandono.
É mais fácil entender que neste momento em que a disponibilidade de tempo é maior e se dar a oportunidade de executar tudo aquilo que sempre almejou fazer para si própria.
A sexualidade não pode ser encarada de maneira supérflua na quarta década de vida, somente porque a finalidade reprodutiva não pode ser tão valorizada, pois ela é um conjunto de condutas individuais; sendo importante assinalar que a coincidência da crise existencial ocorrer no período do climatério, torna o problema ainda maior, vez que existe associado a disfunção hormonal característica desta fase.
A vida biológica da quarta década, pelo seu perfil hormonial, deve ser analisada levando-se em consideração os períodos reprodutivos da mulher, que se dividem em três para efeitos didáticos: pré reprodutivo, reprodutivo e pós reprodutivo, desde o nascimento existem no ovário vários milhões de óvulos que irão se desgastando e se atrofiando no curso da vida; em torno da quarta década de vida, já há uma disfunção desse capital de óvulos levando a irregularidades menstruais e a diminuição dos hormônios sexuais, levando a distúrbios orgânicos que se constituem nas principais queixas do climatério. Assim a falta da menstruação, os calores, distúrbios nervosos, secura vaginal, distúrbios urinários, distúrbios cardiológicos, osteoporose e etc. são as queixas mais comuns.
A falta hormonial é ocasionada pela disfunção ovariana.
A função primordial do ovário ( produção de óvulos ) deixa de existir, com isso fica também prejudicada a sua função na produção dos hormônios estrogênio e progesterona, que são os responsáveis pelas características femininas e o equilíbrio da função sexual da mulher.
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A quarta década e a osteoporose – o estrogênio é o hormônio responsável pelo equilíbrio da manutenção do esqueleto, controlando a substituição das células que formam os ossos; como este hormônio fica deficitário nesta época, ocorre uma desmineralização do tecido ósseo que fica com o aspecto de uma parede de tijolos ocos. A reposição hormonal aliado a maior ingesta de cálcio podem minimizar o problema.
Os distúrbios vasculares da quarta década – as alterações sofridas pelas artérias e veias se dão devido ao descontrole hormonal, que se exteriorizam como rubores, suores, assim como maior depósito de gorduras no interior dos vasos sangüíneos; poderá ser corrigido tanto pela reposição hormonal como por medicações que diminuem apenas a sintomatologia.
A quarta década e o peso – na maioria das vezes a tendência é evidenciar características prévias, exemplo: as magras tendem a emagrecer e as obesas tendem a ganhar peso, visto que com o declínio hormonal, predomina o fator genético.
As glândulas mamarias na quarta década – estatísticas mostram o aumento na incidência de doenças malignas nesta época, sendo o controle mais rigoroso, porém o fator estético é de suma importância para a mulher vez que as alterações as tornam flácidas, pendentes e moles; na atualidade o recurso da cirurgia plástica é o de melhor resultado estético.
Genitália pélvica na quarta década – com a diminuição hormonial há uma redução da espessura da mucosa vaginal e uma diminuição de sua acidez e umidade, sendo portanto freqüentes as lacerações e os sangramentos; a reposição hormonal pode ajudar a sanar tal incômodo. Junto a isso a musculatura sustentadora da pelvis perde seu tonus ( parede vaginal e ligamentos ) levando a uma flacidez na sustentação dos órgãos internos, causando um desconforto se expressando de várias maneiras, exemplo: urgência urinária ou descida dos órgãos internos para a cavidade vaginal.
A pele na década dos quarenta – na menopausa a pele se torna fina e pigmentada devido a falta de colágeno característico desta fase, facilitando o enrugamento da pele. Os cabelos se tornam quebradiços e secos devido a carência hormonal; pode ocorrer a diminuição dos pêlos finos (lanugem ) e em mulheres obesas podem aparecer pêlos grossos no rosto e no mamilo. As unhas se tornam fracas e quebradiças e com crescimento mais lento; este quadro pode melhorar com a reposição hormonal, hidratação e utilização de colágeno.
A alimentação na quarta década – é de se esperar que o tédio de cozinhar durante tanto tempo possa ser visto por outro prisma, sendo este momento ideal para olhar de modo diferente este hábito e dar vez a criatividade; assim torne a dieta mais interessante e aproveite para retirar os alimentos ricos em colesterol e adicionar os que possuem mais cálcio e fósforo que são preventivos da osteoporose, se possível dar preferência a carnes magras, o leite e seus derivados, frango, peixe, legumes e frutas. Sempre é bom lembrar o quanto será importante abolir de modo definitivo o cigarro. Dê asas a sua criatividade e liberte-se de guloseimas açucaradas.
Exercício físico na quarta década – fazer exercícios é muito importante em qualquer idade, porém deve ser visto nesta época como um meio de obter uma boa forma física e lazer. O mais aconselhado é o exercício aérobico pois aumenta a oxigenação dos tecidos e diminui o colesterol aumentando assim a resistência física, a força muscular, a flexibilidade e a harmonia corporal, eliminando o princípio do desuso e da atrofia. Sugerimos todas as atividades em que levamos o nosso peso como andar, dançar, bicicletas, não sendo recomendados os exercícios passivos como camas e cintas vibratórias e outros.
O sono na quarta década – em média devemos dormir de seis a oito horas por dia, a insônia independente de sua causa é sempre desagradável enquanto sonhar é benéfico para inclusive melhorar a estruturação de nosso comportamento diário, evite cochilar durante o dia, avalie melhor o benefício do repouso após as alimentações. Preocupe-se com o local de repouso e sua forma de despertar, evitando assim despertares em sobressalto ou interrupções não desejadas de seu sono.
Viva a sua própria maturidade; cada fase da vida tem os seus prazeres e a mulher madura tem atrativos inegáveis, destemunhados na arte, trabalho e amor.