O vírus do HPV (Papiloma VírusHumano) tem um currículo assustador, afinal é responsável por mais de 100 tipos de doenças sexualmente transmissíveis. Entre eles, o câncer de colo de útero é o mais temido, pois representa a segunda maior causa de câncer em mulheres (perdendo apenas para o câncer de mama), no Brasil a estimativa é o aumento de novos casos.
O HPV é um microrganismo oportunista que entra no corpo, se aloja nas áreas genitais e pode provocar microlesões no colo do útero. Elas são classificadas de acordo com sua gravidade, podendo ser leve, moderada e perigosa. Entretanto, esta última tem o potencial de progredir para um tumor maligno, se não tratada adequadamente logo que descoberta. O grande problema é que este câncer não apresenta sintomas, sendo constatado somente através de exames.
A descoberta da vacina contra o HPV pela medicina preventiva promete reduzir em 70% o risco de câncer de útero e tem provocado polêmica ao ser indicada a meninas a partir de nove anos de idade. Ocorre que nos últimos anos, os adolescentes iniciam a vida sexual mais precocemente. Considerando esse fato, no Brasil, talvez a melhor idade para se aplicar a vacina seja aos 12 anos, até porque as meninas, em sua maioria, começam a ter relações (sexuais) entre 14 e 16 anos.
A principal ação da vacina contra o HPV é a de impedir o surgimento do vírus. E isto justifica o agito provocado, tanto na comunidade científica quanto na população, em torno de seus efeitos na prevenção do câncer de colo. Isso porque, a nova vacina é vista como um grande progresso na luta contra o Papiloma Vírus, que costuma agir silenciosamente, muitas vezes sendo percebido somente após anos de sua instalação. Entretanto, até agora, sua eficácia foi comprovada somente para as versões 16 e 18 do vírus, que provocam o câncer de colo de útero, e 6 e 11, que respondem por 90% dos casos de verrugas genitais, único sinal visível da doença.
A vacina tem muitos benefícios, mas traz um importante inconveniente: só funciona 100% em quem ainda não teve contato com o vírus, ou seja, em mulheres que ainda não têm vida sexual ativa. E essa tem sido uma das principais questões levantadas em torno de sua ação, já que é de extrema importância a vacinação antes de uma exposição potencial ao vírus.
Ela é quadrivalente, ou seja, além de proteger contra os HPVs 16 e 18, previne contra os tipos 6 e 11, responsáveis por 90% das verrugas genitais. É indicada para todas as mulheres, sem distinção de idade. Quem foi contaminada com um dos tipos do vírus, também se beneficia, pois ficará protegida contra os outros três, se receber a versão quadrivalente da vacina, que evita quatro tipos de vírus HPV (6, 11, 16 e 18).