Ondas de calor seguidas de suores frios, insônia, pele seca, falta de lubrificação vaginal, baixa libido, alterações de humor, depressão. Esses sintomas que, em geral, surgem depois dos 50 anos, são indícios de que a mulher logo entrará na menopausa, etapa da vida que se caracteriza pela total interrupção da menstruação e pelo fim da fase reprodutiva feminina. Algumas nem sentem a passagem, outras, entretanto, sofrem com maior ou menor intensidade o desconforto desses sintomas.
A indicação para amenizar esses sintomas é a TRH (terapia de reposição hormonal). Existem vários métodos e combinações de hormônios para aliviar os sintomas desconfortáveis da menopausa porém o tratamento varia para cada mulher. Por isso, o primeiro passo é a consulta ginecológica onde será feita uma anamnese minuciosa para saber da conveniência ou não da reposição, e assim individualizar o tratamento de acordo com o seu caso.
A TRH é indicada para mulheres que realmente precisam abrandar os sintomas e não para todas, apenas porque estão entrando na menopausa. E, como os eventuais problemas podem ser perfeitamente controláveis, um acompanhamento dessa paciente a cada seis meses ou, pelo menos, a cada ano, diminui os riscos para o organismo feminino.
A terapia não é indicada para quem teve câncer de mama, seja um caso pessoal ou familiar, principalmente se o parentesco for de primeiro grau. Outros casos são: câncer de endométrio, púrpura, fibromas e sangramentos sem causa aparente.
Veja alguns dos sintomas que podem ser abrandados com a reposição hormonal:
Ondas de calor e suores noturnos: As ondas de calor (ou fogachos) e suores ocorrem de repente, em geral na parte superior do tórax, pescoço e rosto. Às vezes, são desencadeadas por uma situação estressante, uma bebida quente, e ocorrem de modo ocasional várias vezes ao dia. Não são preocupantes, mas extremamente desconfortáveis. Além disso, alteram a qualidade de vida, seja na atividade cotidiana ou no período de sono, pois os fogachos são freqüentes à noite. Embora sua causa não seja totalmente esclarecida, parece que as ondas de calor são realmente ocasionadas pela baixa de estrogênio sobre os neurotransmissores cerebrais, alterando o sono, causando distúrbios como fadiga e irritabilidade, além de diminuição da concentração e da memória.
Alterações do humor e comportamento: Não há prova científica de que a menopausa seja a responsável direta pelo surgimento dos quadros de depressão. Entretanto, inúmeras pacientes na perimenopausa se queixam de cansaço, irritação e depressão, o que poderia ser explicado pela baixa de estrogênio, repercutindo negativamente nos neurotransmissores. Os pesquisadores também acreditam que os quadros depressivos na peri e pós-menopausa podem surgir em conseqüência de ondas de calor não tratadas, que, por causarem um sono de má qualidade, promovem irritabilidade, perda da sensação de bem-estar, de concentração e memória.
Mudanças no sistema nervoso: Dados recentes indicam que a deficiência de estrogênio parece ter efeitos sobre o sistema nervoso central. Nessa fase, são comuns as queixas de falta de concentração e perda de memória de curto prazo. Ao que tudo indica, o estrogênio atua sobre o cérebro, pois a reposição hormonal pode melhorar a memória de curto e de longo prazos em pacientes com fadiga e irritabilidade.
Alterações nos sistemas urinário e genital: Mulheres acima de 50 anos e com baixa de estrogênio podem apresentar a mucosa vaginal mais fina, a musculatura mais flácida, o que ocasiona a diminuição da lubrificação em resposta à estimulação sexual. Por isso, os pruridos e as irritações locais se tornam freqüentes. Outra manifestação, a incontinência urinária, afeta 10% a 30% das mulheres entre 50 e 64 anos, embora a sua relação com a menopausa não tenha sido comprovada. Porém, a TRH parece melhorar o quadro.
Disfunção sexual: A diminuição da libido nessa fase também é comum. Estudos demonstram que as alterações no desejo sexual podem acontecer no sistema nervoso central por conta da baixa de estrogênio, o que diminuiria as sensações e a excitação. Por tabela, a reposição hormonal pode melhorar a vida sexual das pacientes.
Osteoporose: A associação entre a menopausa e a osteoporose já está plenamente esclarecida. Em alguns casos, a perda da massa óssea chega a tal ponto que determinadas partes de alguns ossos se tornam tão finos que ficam mais sujeitos a fraturas. Entre as causas do risco está a falta de atividade física regular, fatores genéticos e baixa de hormônios femininos. Os médicos acreditam que, entre 40 anos e a menopausa, as mulheres perdem aproximadamente 0,3% a 0,5% da massa óssea ao ano. Depois desse período, o ritmo da perda acelera para 2% a 3% ao ano.